Tão importante quanto plantar, cuidar, colher e comercializar os alimentos é armazenar a produção em condições adequadas para aguardar o momento certo de vendê-la a preços mais atrativos. Essa idéia levou um conjunto de organismos de governo e entidades ligadas à agricultura familiar a discutirem um programa de apoio ao “pós-colheita”, que beneficie as famílias produtoras cadastradas no Pronaf e os grupos de agricultores familiares organizados nas áreas de produção, beneficiamento e comercialização. Significa toda uma série de ações que visam criar infra-estrutura para facilitar o processo do pós-colheita, do transporte, classificação, armazenagem, secagem, limpeza, cuidados com pragas, microorganismos diversos até a comercialização. É objetivo dessa proposta, também, informar, orientar e instrumentalizar o agricultor familiar quanto a procedimentos de manejo adequado nessas etapas, que resultem na agregação de valor ao seu produto. Um dos destaques do programa diz respeito diretamente ao processo de armazenamento. Na prática, os 14 armazéns da Codapar existentes no estado receberão parte da produção de alimentos da agricultura familiar para estoque e distribuição. Juntos, eles têm capacidade de armazenar 200 mil toneladas de grãos, além de contar com a estrutura de duas unidades frigoríficas: uma em Palmas e outra em Guarapuava. Além deles, o programa aposta em arranjos locais, municipais e regionais, que dêem conta desse atendimento para a produção da agricultura familiar. A proposta de programa estadual de apoio à agricultura familiar que está sendo elaborada tem previsão de ser apresentada ao secretário da agricultura, Valter Bianchini, até o dia 10 de agosto.Na Assembléia Legislativa, por sua vez, tramita um projeto de indicação de autoria da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), que sugere ao governo do Estado a criação de um programa similar nas áreas de armazenamento e comercialização da produção agrícola dos pequenos estabelecimentos rurais. Hoje, agricultores familiares organizados já contam com programas do governo federal, executados em parcerias estaduais, de aquisição de alimentos, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Somente no Estado do Paraná, em 2003, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) investiu 500 mil reais na compra de produtos da agricultura familiar. Em 2006, esse volume saltou para 26 milhões de reais e já passa dos 13 milhões nesse primeiro semestre de 2007, embora o período forte da safra ainda não tenha acontecido.Estavam presentes na reunião representantes do corpo técnico da Codapar, da Conab, da Seab, da Emater, da Claspar, da delegacia do MDA no estado, diretores do Banco do Brasil, dos mandatos do deputado federal Assis do Couto e da deputada estadual Luciana e de organizações da agricultura familiar: Fetraf-Sul/CUT, Fetaep, Coopafi e Coabil.