Durante a tarde desta quinta-feira (13) o Auditório Legislativo foi tomado por jovens que participaram da audiência pública “Batalhas de Rima em Debate”, com o objetivo discutir a importância da cultural do hip-hop, em especial sob a perspectiva das batalhas de rima no Paraná.

A presidente da comissão de Defesa dos Direitos da Juventude da Assembleia Legislativa do Paraná, deputada Ana Júlia (PT), que propôs o encontro, destacou que a cultura hip hop e as batalhas de rima fazem parte da cultura estado do Paraná. “Está presente na vida da juventude de todo o nosso estado e não é debatida no âmbito da política pública. O nosso objetivo é mais do que reconhecer as batalhas como patrimônio cultural e material do estado do Paraná. É dar a elas a devida legitimidade e acesso às políticas públicas”.

As Batalhas Culturais de Rima são eventos culturais que acontecem em praças, pistas de skate, locais privados e espaços públicos dos municípios. Trata-se de uma disputa de versos, onde os “MC’s” (mestres de cerimônia) se enfrentam. Quem executa os melhores versos, contando com apoio e votação da torcida, vence. As batalhas de rimas fomentam a participação democrática, o uso saudável do espaço urbano e visa a capacitação, formação e promoção do debate público.

O deputado Renato Freitas (PT), que também participou da audiência, afirmou que fomentar e potencializar aquilo que o hip hop estabelece para juventude negra como um objetivo de vida, de educação e de cidadania, é oferecer alternativas para os grandes problemas enfrentados no dia a dia por esses jovens.

De acordo com secretário nacional de juventude da Secretaria Geral da Presidência, Ronald dos Santos (Sorriso), “é preciso valorizar esse potencial criativo, entendendo que além da criatividade, da possibilidade cultural e do lazer, isso também constrói um arranjo produtivo muito interessante que possibilita emancipação financeira e possibilidades de crescimento profissional”.

O organizador de Batalha e Agente Cultural do Batalha da Menô, Elton Dantas da Silva, disse que “a construção de uma regulamentação para que as batalhas possam acontecer dentro da lei seguindo todo o protocolo, estar aqui nesse espaço colabora na parte de documentação e ajuda bastante porque para um evento acontecer nos espaços públicos”.

Cultura

A história desta manifestação cultural está intimamente vinculada à cultura paranaense, iniciando-se ao final dos anos 90, quando aconteciam eventos de HIP HOP e disputas de rimas entre os grupos "Batalhão de Rimas" e "Academia Brasileira de Rimas". No entanto, há ainda no Estado do Paraná reconhecimento específico das Batalhas Culturais de Rima.

Durante o início dos anos 2000 as batalhas de rimas se popularizaram, um exemplo é o "Liquid`fique Circuito Curitibatalhas de Rima", que aconteceu em 2009. Em 2007 era realizado o "Programa Flip" na rádio 107.5, onde os Mc`s enviavam rimas ao vivo, via telefone.

As Batalhas Culturais de Rima acontecem em todo o estado e movimentam milhares de pessoas. Um mapeamento aprofundado das batalhas que ocorrem no estado permite concluir que ao menos 50.000 pessoas possuem contato direto com as batalhas, via rede social ou por meio de participação direta, conforme levantamento anexo.

A importância das Batalhas Culturais de Rima no Paraná é refletida também nacionalmente, sendo que nos estados são realizadas as etapas de qualificação para o Duelo Nacional de Mc's, um dos maiores eventos culturais relacionados à Cultura HIP HOP do mundo e o debate vêm ganhando projeção em todo Brasil.

Participação

Participaram do Evento, José Renato Sales da Silva, produtor cultural e organizador do Projeto Fazenda Rima da In Cômodo Produções, Washington Luis dos Santos, presidente da ONG - Alarm e da Associação Londrinense de Arte de Rua Moderna, Esther Mücke,  organizadora e apresentadora de Batalha da Batalha do Bela, Jhady, organizador de Batalha de Agente Cultural da Batalha do Lago, Anderson Santos Fermino, microempresário, rapper e presidente da Associação de Moradores do Bairro Labra, Pâmela dos Santos Alves, mestre de cerimônia, integrante do Conselho da Igualdade Racial de Fazenda Rio Grande e da Frente de Arte e Cultura; Produtora Audiovisual e Agente Cultural, Joaquim Panage Moura, diretor da Produtora de Eventos Memory Lab, Allan Marques dos Santos Rio, produtor audiovisual, escritor de Graffiti e agente cultural, Mariá Eduarda da Silva Pereira, fundadora e organizadora de Batalha de Rimas e organizadora da Batalha da Céu, Felipe Brandão, organizador e Batalha e Agente Cultural do Batalha do Parigot,  Daniele Nunes, organizadora de Batalha e Agente Cultural da Batalha do Mosakas, Luara Evelyn, organizadora de Batalha de Agente Cultural da Batalha do Jaco,  Maike Pereira Ramos, organizador de Batalhas e agente cultural do Batalha do Bela e do Batalha da Ankan, e membro do Conselho de Cultura de Piraquara, e Matheus Henrique Emerson Agente Cultural da Batalha de Pinhais.