A situação de abandono de espaços denominados de Centros da Juventude foi o tema principal da reunião desta terça-feira (28) promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Juventude, da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Segundo o deputado Galo (PODE), presidente do grupo parlamentar, denúncias apontam que muitos desses locais instalados em vários municípios do Paraná não estão mais sendo usados para atividades com os jovens, passando a acumular lixo e “atraindo tudo de ruim”.

Durante a reunião o deputado apresentou fotos do Centro da Juventude de Paranaguá e reportagens feitas por veículos de comunicação da região, informando ainda que recebeu denúncia sobre a situação degradante do local, que oferece riscos a quem vive na área. Nas proximidades funciona uma escola. “É lamentável essa situação. Esse local tem mais de 7 mil metros quadrados e está desse jeito”, frisou, apontando para imagens que mostram muito lixo acumulado e uma construção sem conservação. Ele lembrou que os Centros da Juventude, criados no Governo passado, surgiram com o objetivo de ofertar atividades de esporte e lazer, além de preparação para o mercado de trabalho.

O deputado Paulo Litro (PSDB), que participou da reunião, apresentou a sugestão de que seja formalizado um questionamento ao Governo do Estado sobre a situação desse programa e dos espaços. A proposta foi aprovada por unanimidade e um pedido de informação deve ser enviado ao Governo nos próximos dias. “Queremos fazer um levantamento detalhado, verificar o que aconteceu, e reativar os Centros”, informou o deputado Galo. Na opinião dele, a proposta é muito boa e deveria ter continuidade.

Cidadania – Os Centros de Juventude surgiram no Paraná como espaços abertos de convivência, de formação e de cidadania dos jovens, para jovens, pelos jovens. Dados publicados no portal de notícias do Governo em 2018 mostram que em todo o estado foram investidos R$ 72,7 milhões na construção de 26 centros, desde 2011. Conforme o deputado Galo, a administração dos Centros da Juventude é de responsabilidade dos municípios, que fazem a manutenção das unidades e a contratação das equipes. “Chegamos a entrar em contato com a Prefeitura de Paranaguá, mas ainda não tivemos retorno”, comentou.

De acordo com a proposta original, os Centros da Juventude são espaços acessíveis de convivência para adolescentes e jovens que ofereceriam, em tempo integral, atividades de lazer, esportes, cultura e qualificação profissional. Na proposta do programa, lançado pelo Governo do Estado da época, era informada a intenção de afastar adolescentes e jovens de situações de exposição ao risco e vulnerabilidade social e realizar ações que favoreçam a sua formação pessoal, profissional e política. Eles deveriam atender adolescentes e jovens, prioritariamente entre 12 e 18 anos, pertencentes a comunidades com índices de vulnerabilidade e risco social. O espaço deveria também ser aberto à comunidade.

Audiência – Na reunião os integrantes da Comissão também aprovaram a ata da audiência pública “Assim Caminha a Juventude”, que aconteceu no final do mês de abril e debateu o bullying, empregabilidade e a gravidez, entre outros temas. Durante o encontro aconteceram apresentações de música e dança. A reunião teve a intenção de discutir o que os jovens esperam do parlamento. Conforme o deputado Galo, a proposta é estabelecer um canal de diálogo permanente com a juventude, objetivo que vem sendo destacada pelo parlamentar desde o início dos trabalhos da comissão.

Além dos deputados Galo e Paulo Litro participaram da reunião, que aconteceu logo após a sessão plenária, os seguintes parlamentares: Rodrigo Estacho (PV), Boca Aberta Junior (PROS) e Soldado Fruet (PROS).