1 / 1
A gestão dos resíduos sólidos, desde a produção e a destinação final do lixo, ainda é um problema grave e que não foi resolvido satisfatoriamente pela maioria das cidades brasileiras e paranaenses, segundo a maior parte dos participantes da Conferência Livre “A gestão de Resíduos Sólidos no Paraná e no Brasil”, que aconteceu na terça-feira (16) no Plenarinho da Assembleia Legislativa. O evento foi uma iniciativa da Frente Parlamentar Ambientalista do Paraná e do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
“A Conferência Livre foi muito importante para avaliarmos a situação das políticas públicas de gestão dos resíduos sólidos. Também porque foi representativa, na qual tivemos representantes de diversos setores envolvidos com o problema”, destacou o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), organizador do evento pela Frente Ambientalista. Segundo ele, a conferência terá um documento final que será encaminhado para ser discutido na etapa estadual da Conferência do Meio Ambiente e, posteriormente, poderá ser apreciada também na etapa nacional.
O evento discutiu a situação atual das políticas de gestão do lixo no país. “Temos hoje 500 municípios e 18 estados que apresentaram projetos e receberam recursos para executar planos de gestão de resíduos sólidos. Por enquanto esta é a situação e que deve crescer até 2014”, afirmou Ronaldo Hipólito, da gerência de resíduos sólidos do Ministério do Meio Ambiente. “Ainda estamos caminhando para termos um ‘PAC’ na gestão do lixo, mas a intenção é a de realizarmos isso”, explicou.
Incineração – A deliberação mais polêmica feita durante o evento foi a proposta contra a incineração de lixo no Paraná, que será encaminhada direto para etapa estadual e nacional do evento. O encaminhamento foi feito pela procuradora do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, com apoio da maioria dos presentes, principalmente dos integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). O presidente da mesa e coordenador da Frente, Rasca Rodrigues (PV), colocou o tema em votação, que foi aprovado por unanimidade.
Outras tecnologias foram sugeridas em substituição ao processo de incineração. A advogada Paula Bonet apresentou o método CDR (Combustível Derivado de Resíduos), onde existe a queima apenas dos rejeitos, diferente do processo de incineração onde se faz a queima de todos os resíduos sem a devida separação. A proposta, no entanto, não foi aceita pelos catadores de recicláveis presentes no evento, que defendem a proibição de qualquer tipo de incineração.
"Sou catadora há trinta anos. Eu enfio a mão no lixo para sobreviver. Nós limpamos a cidade e não somos reconhecidos pela sociedade. Todo mundo fala que a solução é queimar o lixo. Eles não sabem que com isso queimam nossos sonhos, nossa vida. Não seria mais fácil queimar os pobres?", ironizou Lilia Santos, uma das integrantes do MNCR. Segundo o Movimento, existem mais de 100 mil catadores em todo o Paraná.
Curitiba – O secretário municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Renato Lima, disse que o problema do lixo é muito grave em Curitiba e que o desafio nesta área é muito grande. “Estamos comprometidos com a mudança da política ambiental em Curitiba. Herdamos uma dívida de R$ 80 milhões, que compromete de 25 a 30% do nosso orçamento. Mas mesmo assim vamos fazer as coisas acontecerem”, disse.
Segundo Lima, a atual situação – com falta de local para reciclagem, tratamento e destinação final do lixo, vai ser resolvida o mais rápido possível. “Nós vamos transformar a atual situação e vamos parar de enterrar recursos que são da cidade, pois o lixo é uma riqueza que deve ser aproveitada”, afirmou.
Paraná – O procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná, Saint-Clair Honorato Santos, disse que a situação da gestão dos resíduos sólidos no Paraná também é muito ruim. “A maioria dos municípios não cumpre a legislação sobre o lixo. E o Governo do Estado também não tem cumprido com suas obrigações em realizar o que diz a lei federal sobre resíduos sólidos”, declarou. “É preciso que as pessoas, a sociedade, as entidades, cobrem que o poder público resolva o problema da gestão do lixo. As pessoas também têm responsabilidade individual e coletiva no problema e devem fazer a sua parte: no mínimo separar o lixo e separá-lo adequadamente”, comentou o procurador. “Para poder cobrar o cidadão também deve ser responsável pelo lixo que produz”.
Catadores – Unanimidade entre todos os participantes do evento foi o reconhecimento da importância dos catadores de materiais recicláveis para que as políticas públicas de gestão do lixo sejam realmente efetivas. “A sociedade não pode continuar achando que os catadores são invisíveis e que não existem. Somos nós um dos mais importantes elos nesse processo da reciclagem do lixo. Por isso qualquer política de gestão de resíduos sólidos deve levar em conta a nossa participação”, disse Marilza Lima, do Movimento de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Paraná. “Estar neste evento da Frente Ambientalista é importante porque mostramos para a sociedade a organização dos catadores. Precisamos continuar avançando e entender que sem os catadores não há solução viável para resolver o problema do lixo nas cidades”, completou Marilza.
“A Conferência Livre foi muito importante para avaliarmos a situação das políticas públicas de gestão dos resíduos sólidos. Também porque foi representativa, na qual tivemos representantes de diversos setores envolvidos com o problema”, destacou o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), organizador do evento pela Frente Ambientalista. Segundo ele, a conferência terá um documento final que será encaminhado para ser discutido na etapa estadual da Conferência do Meio Ambiente e, posteriormente, poderá ser apreciada também na etapa nacional.
O evento discutiu a situação atual das políticas de gestão do lixo no país. “Temos hoje 500 municípios e 18 estados que apresentaram projetos e receberam recursos para executar planos de gestão de resíduos sólidos. Por enquanto esta é a situação e que deve crescer até 2014”, afirmou Ronaldo Hipólito, da gerência de resíduos sólidos do Ministério do Meio Ambiente. “Ainda estamos caminhando para termos um ‘PAC’ na gestão do lixo, mas a intenção é a de realizarmos isso”, explicou.
Incineração – A deliberação mais polêmica feita durante o evento foi a proposta contra a incineração de lixo no Paraná, que será encaminhada direto para etapa estadual e nacional do evento. O encaminhamento foi feito pela procuradora do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, com apoio da maioria dos presentes, principalmente dos integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). O presidente da mesa e coordenador da Frente, Rasca Rodrigues (PV), colocou o tema em votação, que foi aprovado por unanimidade.
Outras tecnologias foram sugeridas em substituição ao processo de incineração. A advogada Paula Bonet apresentou o método CDR (Combustível Derivado de Resíduos), onde existe a queima apenas dos rejeitos, diferente do processo de incineração onde se faz a queima de todos os resíduos sem a devida separação. A proposta, no entanto, não foi aceita pelos catadores de recicláveis presentes no evento, que defendem a proibição de qualquer tipo de incineração.
"Sou catadora há trinta anos. Eu enfio a mão no lixo para sobreviver. Nós limpamos a cidade e não somos reconhecidos pela sociedade. Todo mundo fala que a solução é queimar o lixo. Eles não sabem que com isso queimam nossos sonhos, nossa vida. Não seria mais fácil queimar os pobres?", ironizou Lilia Santos, uma das integrantes do MNCR. Segundo o Movimento, existem mais de 100 mil catadores em todo o Paraná.
Curitiba – O secretário municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Renato Lima, disse que o problema do lixo é muito grave em Curitiba e que o desafio nesta área é muito grande. “Estamos comprometidos com a mudança da política ambiental em Curitiba. Herdamos uma dívida de R$ 80 milhões, que compromete de 25 a 30% do nosso orçamento. Mas mesmo assim vamos fazer as coisas acontecerem”, disse.
Segundo Lima, a atual situação – com falta de local para reciclagem, tratamento e destinação final do lixo, vai ser resolvida o mais rápido possível. “Nós vamos transformar a atual situação e vamos parar de enterrar recursos que são da cidade, pois o lixo é uma riqueza que deve ser aproveitada”, afirmou.
Paraná – O procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná, Saint-Clair Honorato Santos, disse que a situação da gestão dos resíduos sólidos no Paraná também é muito ruim. “A maioria dos municípios não cumpre a legislação sobre o lixo. E o Governo do Estado também não tem cumprido com suas obrigações em realizar o que diz a lei federal sobre resíduos sólidos”, declarou. “É preciso que as pessoas, a sociedade, as entidades, cobrem que o poder público resolva o problema da gestão do lixo. As pessoas também têm responsabilidade individual e coletiva no problema e devem fazer a sua parte: no mínimo separar o lixo e separá-lo adequadamente”, comentou o procurador. “Para poder cobrar o cidadão também deve ser responsável pelo lixo que produz”.
Catadores – Unanimidade entre todos os participantes do evento foi o reconhecimento da importância dos catadores de materiais recicláveis para que as políticas públicas de gestão do lixo sejam realmente efetivas. “A sociedade não pode continuar achando que os catadores são invisíveis e que não existem. Somos nós um dos mais importantes elos nesse processo da reciclagem do lixo. Por isso qualquer política de gestão de resíduos sólidos deve levar em conta a nossa participação”, disse Marilza Lima, do Movimento de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Paraná. “Estar neste evento da Frente Ambientalista é importante porque mostramos para a sociedade a organização dos catadores. Precisamos continuar avançando e entender que sem os catadores não há solução viável para resolver o problema do lixo nas cidades”, completou Marilza.