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Diretor da Copel fala aos deputados sobre a composição da tarifa de energia elétrica

A estiagem e a falta de planejamento do governo federal no setor estariam entre as razões para os reajustes que ocorreram.

O diretor-presidente da Copel Distribuição, Vlademir Daleffe, esteve na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (18), durante a sessão plenária, para falar aos deputados sobre a composição da tarifa da energia elétrica. Segundo ele, apenas 0,34% do reajuste das tarifas do primeiro semestre deste ano ficou no caixa da Copel para remunerar custos de operação e manutenção e para suprir o plano de investimentos da distribuição de energia.

Daleffe lembrou que somando o reajuste extraordinário do início do ano (36,7%) e o reajuste anual de junho (15,32%), o reajuste médio total da energia em 2015 ficou próximo dos 56%, sem considerar ainda a incidência das bandeiras tarifárias.  Ele assinalou que os percentuais de aumento são definidos com base nos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador do sistema, levando em conta uma série de variáveis, como a situação do mercado no qual cada empresa atua e os investimentos feitos.

De acordo com o diretor, praticamente a totalidade do valor foi usada para quitar os contratos de compra obrigatória de energia nos meses anteriores. Além disso, do valor reajustado em junho deste ano, 10% refere-se ao que foi diferido 12 meses antes, atendendo à proposta do acionista majoritário, o Governo do Estado, para evitar penalizar ainda mais os consumidores do Paraná naquele ano, quando o reajuste chegou a 24,86%.

Debate – Para o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), foi de grande importância a participação do diretor da Copel na sessão desta terça (18), para esclarecer as dúvidas relevantes apresentadas pela população em relação ao reajuste da energia elétrica. “Esse debate democrático no Plenário da Assembleia permite que os questionamentos técnicos sejam esclarecidos”, frisou.

Durante sua exposição Daleffe lembrou ainda que há três causas principais para os reajustes dos últimos dois anos. Uma delas é a falta de planejamento do Governo Federal, que não garantiu a entrada em operação de novas usinas no prazo contratado, comprometendo a oferta de energia hidráulica e apenas disponibilizando térmicas para complementar a matriz. O outro componente é a estiagem, que reduziu o nível dos reservatórios e obrigou ao acionamento do parque térmico, encarecendo o custo de geração. O terceiro fator, segundo Daleffe, é a necessidade de as distribuidoras comprarem esta energia cara no mercado de curto prazo, para atender a seus mercados.

Outro aspecto citado por Daleffe durante os questionamentos apresentados por diversos deputados foi o de as distribuidoras precisaram recorrer, nos últimos anos, ao mercado de curto prazo porque não havia energia suficiente para todas no mercado regulado. Isto porque, no final de 2012, o governo federal decidiu reduzir o valor da tarifa por decreto em cerca de 20%, propondo aos proprietários de usinas que reduzissem o preço do megawatt. Em troca, poderiam antecipar a renovação de suas concessões, que venceriam dali a dois anos. No entanto, apenas as usinas do grupo Eletrobrás, fora algumas outras usinas pequenas, concordaram com a proposta, considerada inviável economicamente por Cesp, Cemig e Copel, proprietárias das demais usinas.

O diretor presidente da Copel Distribuição destacou também o volume de investimentos feitos pela Copel que chegaram a cerca de R$ 962 milhões no primeiro semestre de 2015, conforme o balanço da empresa divulgado no início de agosto. A maior parte do investimento foi em obras de melhoria e ampliação da rede elétrica no Paraná. A distribuição teve investimentos de R$ 335 milhões, com obras em várias regiões do estado. Em Telecomunicações foram investidos R$ 51 milhões na rede de fibra óptica, com implantação de internet residencial em Colorado, Paranaguá, Palotina, União da Vitória e Porto União.

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