INVASÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS PODE APAGAR A HISTÓRIA CAMPONESA Cascavel, PR (26/05/2005) – O segundo dia de atividades da Jornada de Agroecologia, em Cascavel (PR), começou com as falas emocionadas de Silvia Riberio, ambientalista defensora dos direitos de agricultores e índios, da ONG ETC. Silvia fez um resgate da situação dos agricultores que plantam transgênicos nos Estados Unidos e na Argentina, os dois países que têm maior porcentagem de transgênicos em suas safras. "Nos Estados Unidos, os agricultores que plantam transgênicos estão tendo menos produtividade, têm que usar mais agrotóxicos e ainda o preço das terras está baixando", afirmou Silvia. A Argentina é o segundo país do mundo em que há maior porcentagem de transgênicos, segundo Silvia naquele país aconteceu uma reforma agrária ao inverso, "40% das propriedades rurais desapareceram depois da implantação dos transgênicos". Apesar de ser progressivo o aumento da produção de transgênicos em todo o mundo, eles não têm legitimidade. A grande maioria das pessoas quando questionadas dizem que não querem consumir transgênicos. Enquanto as sementes chamadas tradicionais ou crioulas são resultado de mais de 10 mil anos de trabalho de camponeses, os transgênicos podem destruir em pouco tempo toda essa história. "Temos que ter o direito ao livre uso das sementes e também poder fazer o livre intercâmbio. As patentes, como a cobrada pela soja da Monsanto, agride os direitos fundamentais dos camponeses, garantido pelaOrganização das Nações Unidas (ONU)”, continuou Silvia. "Além dos transgênicos que conhecemos hoje, estão sendo desenvolvidas sementes suicidas que são improdutivas na segunda geração. Assim o agricultor perde seu poder de reproduzir as sementes e ainda fica dependente da empresa que desenvolve as sementes", continuo a ambientalista. Silvia explicou que a nanotecnologia, que é a manipulação dos átomos, é outros recursos que está sendo explorado pelas transnacionais. "Ainda não sabemos quais são as conseqüências dessas tecnologias nas plantas e no nosso corpo. Se formos por esse caminho daqui alguns anos toda nossa alimentação vai ser construída artificialmente. Queremos uma sociedade solidária em que o homem viva em harmonia com a natureza", finalizou Silvia. Camponês mexicano resgata cultura asteca Wilfred Mendoza, representante do povo indígena zapateca do México, falou sobre a importância da preservação da semente crioula do milho pela simbologia que ela tem para seu povo. "O milho além de ser nosso alimento é usado em festas e cerimônias, ele tem significado sagrado", explicou Mendoza. A partir do ano 2000, na região em que vive Mendonza, começou a ser plantado milho transgênico ameaçando as sementes nativas. "Nós estamos fazendo resistência política para preservar a nossa cultura. Cuidar do nosso milho é reservar nossa presença como indígenas", continuou. Eles promovem oficinas e eventos como a Jornada de Agroecologia para difundir e preservar a cultura. "Nós produzimos milho para nos alimentar e se há sobras fazemos trocas. Não produzimos para vender", terminou Mendonza aos aplausos da platéia. Jornalista: Aline Gonçalves (MTb 4048-PR) Assessoria de Imprensa da Jornada: (45) 3229-5943 / 3227-1458 / 3227-5616, com as jornalistas Aline, Cássia, Raquel, Solange ou Thea. Celulares da Assessoria: (41) 8815-5320, com Aline Gonçalves(41) 8421-7992, com Cássia Morgana Faxina(41) 9967-0739, com Raquel Maria Zolnier(41) 9658-7588, com Thea Tavares(41) 9615-9117, com Joaquim Eduardo Madruga (Joka).Maiores informações, na internet: www.jornadadeagroecologia.com.brEntidades promotoras da Jornada: AOPA - Associação para o Desenvolvimento da AgroecologiaAS-PTA - Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura AlternativaASSESOAR - Associação de Estudos, Orientação e Assistência RuralAssociações da Agricultura FamiliarCAPA - Centro de Apoio ao Pequeno AgricultorCRABI - Comissão Regional dos Atingidos das Barragens do Rio IguaçuCPT - Comissão Pastoral da TerraCRESOL/BASER - Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação SolidáriaDESER - Departamento de Estudos Sócio-Econômico RuraisFEAB - Federação dos Estudante em Agronomia do BrasilFETRAF-SUL/CUT - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul/Central Unica dos TrabalhadoresFórum Centro SulFórum OesteCUT-PR - Central Unica dos Trabalhadores Instituto EquipeMAB - Movimento dos Atingidos por BarragemMPA - Movimento dos Pequenos AgricultoresMST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraREDE ECOVIDARURECO - Fundação para o Desenvolvimento Econômico RuralPJR - Pastoral da Juventude RuralMMC - Movimento de Mulheres CamponesasSindicatos de Trabalhadores RuraisTerra de Direitos