O deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na Assembléia, viajou em busca de maiores informações sobre o caso da Interbrazil – a seguradora que contratou de forma fraudulenta os seguros da Copel. O deputado avalia o caso como “gravíssimo” e afirma que essa fraude deixou a descoberto - durante dois anos - importantes patrimônios públicos do Paraná. Segundo o que Rossoni levantou, a Interbrazil representa “um braço do ‘valerioduto’ que pode ter envolvido em seus tentáculos figuras destacadas e bem conhecidas do mundo político do Estado”.O deputado solicitou o acesso a quebras de sigilo telefônico produzidas a partir da CPI dos Correios envolvendo o caso da Interbrazil. Quando concluir o cruzamento dessas informações Rossoni pretende analisar a conveniência de propor uma CPI na Assembléia para investigar o caso da fraude do seguro no Paraná. Rossoni lembrou que a Interbrazil, que está sendo acusada de associação ilícita com o PT, conseguiu - de uma forma que ainda não está muito clara - conquistar a conta do seguro da Copel, um dos mais importantes e vultosos contratos de seguros do Brasil.“A Copel foi segurada em R$ 1,2 bilhão por uma seguradora com patrimônio líquido declarado em R$ 12 milhões e nenhuma tradição no mercado”, diz Rossoni. A Interbrazil, segundo foi apurado, falsificava os documentos e não fazia resseguro. “Se viesse a acontecer algum desastre com alguma unidade da Copel o Paraná não seria ressarcido”, diz o deputado. Seguro sem garantia Pela lei, quando o valor previsto da indenização é muito alto a seguradora é obrigada a fazer um rateio do valor segurado com outras seguradoras. É o resseguro, uma forma de dividir a responsabilidade e garantir o pagamento da indenização. O Instituto de Resseguros do Brasil regulamenta esse tipo de transação. A tática da Interbrazil para burlar a lei e fraudar era pedir autorização do IRB para fazer resseguro no mercado internacional. Obtida a autorização falsificava o contrato de resseguro. Depois embolsava todo o valor da apólice, mas ficava sem qualquer condição de garantir a indenização no caso de um sinistro, diz o deputado.Ele chama atenção para o fato que a Copel manteve contratos de seguros com a Interbrazil de agosto de 2003 a agosto de 2005. “Algumas pessoas podem ter lucrado muito com essa fraude contra o Paraná e precisam ser responsabilizadas”, afirma Rossoni.