Os deputados que integram a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia se reuniram no começo da noite desta terça (6) na Sala das Comissões para debater a qualidade do transporte coletivo de Curitiba. O presidente da Comissão, deputado Requião Filho (PMDB), convidou os diretores das onze empresas de ônibus que operam o transporte público da capital, e o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, Anderson Teixeira, que compareceu. Os diretores enviaram um representante, Luiz Alberto Lenz Cesar, diretor executivo do Consórcio das Empresas de ônibus.
O objetivo da reunião foi ouvir o que eles tinham a dizer diante das reclamações que os usuários fazem todos os meses ao serviço 156 da prefeitura. Entre as principais queixas, estão os atrasos nos ônibus, superlotação, falta de segurança e a má qualidade dos veículos.
Anderson Teixeira se mostrou preocupado com a segurança dos motoristas e cobradores dentro dos ônibus e das estações-tubo e com a saúde, principalmente dos motoristas, que segundo ele, trabalham sob pressão para cumprir horários no caótico trânsito da capital. Ele disse que pelo menos 20% dos profissionais estão afastados do trabalho em função disso e também da má qualidade dos veículos.
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Depois de assistir a um vídeo com reportagens onde consumidores reclamavam do serviço, Luiz Alberto Lenz César detalhou um a um os itens que são alvo das queixas mais comuns. Alegou que as empresas cumprem todos os pontos dos contratos com a Urbs (empresa que gerencia o transporte coletivo na capital e região). Justificou a superlotação como pontual, que ocorre apenas em horários de pico. E que as empresas estão trabalhando em Conjunto com comércio e indústria para flexibilização dos horários de entrada e saída dos funcionários e sugeriu que a própria Assembleia poderia contribuir com leis para essa flexibilização.
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Disse ainda que apenas 13% da frota de 1423 veículos estão com a vida útil vencida. Mas como passam por vistorias periódicas da Urbs, oferecem segurança aos 21 milhões de passageiros transportados todos os meses. E alegou que os contratos estão sendo discutidos na justiça, porque falta diálogo entre o poder público e as empresas. Luiz Alberto acha que a entrada da Comissão de Defesa do Consumidor no debate pode ajudar.
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Para Requião Filho, é importante que a população saiba onde está sendo aplicado o dinheiro que ela paga pela passagem de ônibus e se, de janeiro a agosto deste ano, foram mais de seis mil reclamações, é porque alguma coisa está errada e a Comissão de Defesa do Consumidor tem obrigação de buscar soluções para melhorar a qualidade do serviço, os custos e a velocidade do transporte coletivo da capital.
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Requião Filho disse que novas reuniões devem acontecer para que o tema seja mais debatido e para que se apontem soluções para as chamadas divergências entre empresas e Urbs.
Participaram ainda da reunião os deputados Cristina Silvestre (PPS), Tercílio Turini (PPS), Chico Brasileiro (PSD) e Felipe Francischini (SD).