Comissão de Ecologia e Meio Ambiente Traz Especialista Internacional Para Discutir Plástico Oxi-biodegradável

25/09/2007 16h44 | por
A Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa promoveu nesta terça-feira (25), no plenário da Assembléia Legislativa debate com o representante do Comitê de Meio Ambiente do Reino Unido e coordenador da Associação Mundial dos Cientistas especializados em Plásticos Oxi-biodegradáveis, Dr. Michael Stephen, que esclareceu a polêmica em torno das sacolas oxibiodegradáveis. O evento foi promovido em parceria com a Secretaria estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA).O deputado estadual e presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida (PMDB), disse que o objetivo do debate é subsidiar os parlamentares de informações para que possam legislar sobre o tema. “Temos dois projetos de lei tramitando na casa e a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente tem o dever propiciar o debate, apresentando os prós e os contras levantados por cada um dos segmentos envolvidos”, ressaltou Cheida, que no último dia 12 de setembro falou em plenário sobre as sacolas e na ocasião sugeriu a realização de um seminário. “O plástico está sendo produzido desde a década de 30. Menos de 5% desse plástico foi incinerado até hoje, o que significa que mais de 95% do que foi produzido no planeta ainda está por aqui, pois o plástico demora mais de 400 anos para se decompor”, disse Cheida. Além do presidente da Comissão, participaram da discussão a deputada Estadual Rosane Ferreira (PV), Stephanes Junior (PMDB), Artagão de Mattos Leão (PMDB) e Edgar Bueno (PDT).Como funciona o plástico oxi-bio - O palestrante Dr. Michael Stephen, falou sobre as duas opções de plásticos na atualidade: os hidrodegradáveis e os oxidegradáveis. Os dois tipos emitem gás carbônico quando se decompõe, sendo que primeiro pode também emitir metano, um gás poluente e ainda, possui alto custo de produção. Além disso, chamou a atenção para a escassez dos recursos naturais existentes no mundo. “Não existem mais recursos naturais suficientes para suprir a demanda da produção de plástico no mundo. A concorrência para usar terra e água está crescendo a cada dia e prejudicando, inclusive, a alimentação de animais em alguns países”, enfatizou Stephen. Doutor Stephen explicou que, para produzir o plástico oxi-biodegradável não é necessário modificar sua estrutura industrial. Segundo ele, uma pequena quantidade de aditivos bio-degradáveis (D2W) é introduzida durante o processo de fabricação, mudando a estrutura do plástico e reduzindo o peso da molécula de modo que bactérias e fungos possam acessa-lo e consumir o gás carbônico e o hidrogênio. “O processo só termina quando restar apenas monóxido de carbono, água e humus e não houver fragmentos de polímeros no solo e o tempo de decomposição é de aproximadamente 18 meses. Já o custo de utilização desses aditivos são baixos ou perto de zero, pois o maquinário não é alterado”, detalhou Stephen. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, esclareceu que o governo estará aberto a qualquer alternativa voltada a minimizar os impacto ao meio ambiente. “Para a Assembléia Legislativa, contar com laudos técnicos científicos, realizados em laboratórios credenciados, é fundamental para a criação de uma legislação eficaz, capaz de exigir e punir os responsáveis pelo passivo ambiental que geram ao Estado”, reforçou Rasca.Oxi-biodegradáveis em Teste - Desde que o assunto sobre as oxibiodegradáveis entrou em pauta, vários laudos científicos foram publicados. No Brasil, desde o início de 2004 a Universidade Luterana realiza testes com o plástico oxibiodegradável. Os testes consistem em uma fase inicial, quando o plástico é exposto à condições que reproduzem o meio ambiente (o objetivo é avaliar a degradação oxidativa) e uma segunda fase onde o material já biodegradado é testado em compostos e solos. Os estudos da Universidade resultaram na emissão de um documento que comprova que o aditivo d2w torna o plástico oxibiodegradável. No exterior, entidades como a Gerald Scott (Reino Unido), Emo Chiellini (Itália) e Ana Cristina Albertsson (Suécia) também testaram e comprovaram a decomposição desse tipo de plástico. Outros testes ecológicos comprovaram que o plástico oxibiodegradável é inofensivo à geminação de sementes, crescimento vegetal e sobrevivência de organismos.O professor e pesquisador especialista no Centro de Pesquisas e Desenvolvimentos Petroquímicos da Universidade Luterana do Brasil, Telmo Ojeda, também presente à discussão afirmou que “o Paraná é uma espécie de centro ecológico do Brasil”. “É fundamental que alternativas às sacolas convencionais sejam debatidas e o Paraná está de parabéns por esta iniciativa”, elogiou Ojeda. Sobre as polêmicas em torno dos efeitos causados pelo produto oxi-biodegradavel ao meio ambiente, tanto Stephen como Ojeda, disseram que o produto está sendo utilizado em 53 países sem qualquer informação sobre danos a natureza. Uso no mundo - Produtos alimentícios podem passar por contato direto e de longa duração com os plásticos oxidegradáveis, em temperaturas até 40 graus centígrados. Empresas de varejo no Reino Unido e Portugal e grandes como o Walmart e Pizza Hut já utilizam a tecnologia e padronizaram o emprego do plástico ecologicamente correto para embalar alimentos. Em maio deste ano, a Associação dos Editores de Jornais do Reino Unido recomendou a todos os seus membros a utilização desse plástico em suas embalagens.

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