Os deputados que integram a Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que começou a investigar supostas irregularidades nos portos de Paranaguá e Antonina devem se reunir, na próxima semana, com integrantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas do Estado. O encaminhamento de requerimentos a esses órgãos, solicitando acesso às denúncias que envolvem os portos paranaenses, foi aprovado nesta quarta-feira (8), quando definiram também o cronograma de trabalhos. Os encontros com essas autoridades devem ocorrer na manhã da próxima terça-feira (14). E a meta é solicitar aos órgãos federais o repasse de informações sobre as operações “Dallas” e “Águas Sujas”, que já apuram supostos desvios cometidos nos portos paranaenses. “Vamos buscar informações que possam subsidiar o início dos trabalhos da CPI. Queremos aprofundar as investigações feitas até agora pelas autoridades federais, mas principalmente oferecer soluções para que os problemas detectados nunca mais ocorram”, explicou o deputado Douglas Fabrício (PPS), presidente da CPI. De acordo com Douglas Fabrício, o objetivo é obter o máximo de subsídios para assegurar um trabalho que contribua para os esclarecimentos exigidos pela sociedade. A CPI foi instalada na última segunda-feira (6). “Temos a grande preocupação de buscar esclarecimentos sobre essas denúncias que prejudicam o desenvolvimento do Paraná”, frisou. Investigações – Durante a reunião de instalação o parlamentar antecipou que a CPI pretende integrar suas ações com os trabalhos de investigação que já vem sendo desenvolvidos pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal. Os portos do estado são alvo de investigações que apontam fraudes em contratos de prestação de serviços e desvios de cargas. Assim, a CPI pretende convocar para prestar esclarecimentos os atuais diretores e também os ex-diretores da instituição. A CPI, comandada por Douglas Fabrício, é integrada pelos seguintes parlamentares: Jonas Guimarães (PMDB), Stephanes Junior (PMDB), Ademir Bier (PMDB), Mauro Moraes (PSDB), Professor Lemos (PT), Evandro Junior (PSDB), Hermas Brandão Junior (PSB), Rasca Rodrigues (PV), Elio Lino Rusch (DEM) e Fernando Scanavaca (PDT), escolhido relator. Os trabalhos devem ser concluídos em 120 dias (o prazo pode ser prorrogado caso isso seja necessário), quando será apresentado ao presidente do Poder Legislativo e ao Plenário, um relatório final. Algumas denúncias que começam a ser investigadas pela CPI: • Desvio de até quatro mil toneladas de grãos por safra, o que renderia até R$ 9 milhões de lucro; • Fraude no software que pesa os produtos na entrada do porto; • Desvios na esteira chamada de Dallas (nome que batizou a operação da PF) e na retenção técnica; • Suposto esquema para a compra de uma draga de uma empresa de Londrina no valor de Us$ 46 milhões. Segundo a PF, US$ 5 milhões seriam desviados; • Desvio de dinheiro a partir do Termo de Ajustamento de Conduta; • Desvio com empresas “laranjas”. Em especial, no setor de limpeza.