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A crise nos estados foi o tema do primeiro painel de debates da 21ª Conferência na Unale, em Foz do Iguaçu

Debates tiveram a participação especial dos governadores Beto Richa (PR), Geraldo Alckmin (SP), Wellington Dias (PI) e Marconi Perillo (GO).

Com a presença de quatro governadores de Estado – Beto Richa (PSDB-PR), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Wellington Dias (PT-PI) – a “Crise Econômica nos Estados” foi debatida na abertura dos trabalhos da 21ª Conferência Nacional da Unale, realizada em Foz do Iguaçu, Paraná. O debate foi mediado pelo jornalista Heraldo Pereira.

Por mais de duas horas, os governadores apresentaram a situação econômica de seus estados e também a opinião sobre o que é preciso fazer para que os entes federados brasileiros voltem a ter condições econômicas de honrar com seus pagamentos e, principalmente, fazer investimentos.

O governador do Paraná, Beto Richa, foi um dos primeiros governadores a se preocupar com a crise econômica e promover um amplo ajuste fiscal para manter o equilíbrio das contas públicas, o que permitiu ao Estado efetuar o pagamento em dia dos salários dos servidores e projetar para este ano um investimento de R$ 8 bilhões em obras de infraestrutura em todo o estado. “Foi muito bem-sucedido nosso ajuste. Foi muito difícil fazer e buscar o equilíbrio das contas públicas. Paguei um preço pessoal altíssimo, mas deu tudo certo e hoje posso dizer com absoluta tranquilidade que o Paraná tem a melhor situação fiscal e financeira do País”, relatou. “Hoje temos um orçamento com previsão de investimentos de R$ 8 bilhões, no total de receitas do Estado, estamos investindo 15%, pagando salários em dia, fazendo obras por todos os municípios, pagando fornecedores em dia, enfim, garantindo um desenvolvimento vigoroso em um momento de crise nacional”, completou Richa.

Outro governador que também previu o agravamento da situação econômica e se antecipou foi o de Goiás. Marconi Perillo disse que esse foi o caminho para que hoje o Estado possa fazer os investimentos para melhorar a vida da população e fez um alerta para os que não fizerem os ajustes de austeridade. “Os deputados estaduais podem contribuir apoiando as reformas nacionais e os planos de austeridade dos governos estaduais. Aqui no Paraná a Assembleia aprovou o pacote do governador Beto Richa e em Goiás, a Assembleia foi corretíssima e aprovou todas as medidas de austeridade. O resultado é que agora a gente tem mais dinheiro para fazer investimentos e ajudar a melhorar a vida das pessoas que pagam impostos e que são o principal foco da ação dos governos”, disse. “O gasto público é como unha, tem que cortar o tempo inteiro, senão você quebra o Estado e perde as condições para garantir qualidade e serviço.  Nós que fizemos as reformas temos que continuar vigilantes e aqueles que não fizeram terão que fazer, sob pena de entrarem em colapso”.

Para o governador paulista Geraldo Alckmin, o caminho para diminuir a crise e, principalmente, fortalecer a federação e os legislativos, é a descentralização das competências. “Cada estado tem a sua realidade, a sua possibilidade, e podemos ganhar muito na área de execução penal, de inquérito, em inúmeras atividades que a gente pode, através dos estados, fazer melhor com menos dinheiro. Também é preciso descentralizar os recursos. Quem ganha com isso é a sociedade, pois o governo mais perto é o governo controlado pela população e mais próximo das necessidades do povo”, afirmou.

Para o governador, o que o Município puder fazer, o Estado não deve fazer, e o que for de competência do Estado, a União não deve fazer. Alckmin também falou do exemplo do estado do Paraná, que “fez a lição de casa”. “Claro que não é fácil, de um lado agiu pelo lado da despesa, buscando melhor eficiência no gasto público, e do outro lado pelo lado da receita, recuperando recursos, e é isso que nós precisamos fazer. É o grande problema do Brasil, um déficit fiscal elevadíssimo. O governo gasta muito mais do que arrecada e quem paga o preço disto é a população”, finalizou.

Já o governador do Piauí, Wellington Dias, acredita que medidas a médio e longo prazo devem ser adotadas e, principalmente, a aprovação das reformas pelo Congresso, apesar de considerar ser difícil que isso aconteça. “É muito grande a responsabilidade de todos nesse momento do país. O papel do Legislativo é trabalhar medidas que dependem do setor público e passam pelas Assembleias. Na conjuntura que estamos, precisaremos aprender e dialogar para encontrar a saída para a crise institucional política, mas temos que dar prioridade na crise econômica. Temos 14 milhões de pessoas desempregadas e a necessidade agora são alternativas para o crescimento”, emendou. “A gente acredita que nessa conjuntura vamos conseguir fazer tantas reformas? Já tentamos em outros momentos e não fizemos. Precisamos trabalhar para que elas aconteçam e, em paralelo, é preciso ampliar o crédito, garantir que o setor público seja o âncora, criando ambiente favorável à gestão”, finalizou.

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB), falou da importância de poder contar com a participação dos governadores na Conferência e do destaque que eles deram ao apoio dos Legislativos nas reformas que foram realizadas em seus estados. “A presença dos governadores enriqueceu o evento da Unale porque tivemos a oportunidade de ouvir os quatro dirigentes que tomaram a iniciativa de fazer reformas em seus estados. Eles mostraram aos deputados que é possível fazer o país crescer, desde que se tenha coragem e determinação para corrigir os rumos da nossa economia”, relatou. “Importante a manifestação dos governadores prestigiando os Legislativos, dizendo da importância dos Legislativos fortes, que possam ter uma presença e representatividade da população como um todo”, finalizou.

Participam ainda deste painel o presidente da Unale, deputado Adjuto Afondo (PDT-AM), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, José Vitti (PSDB).



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