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Especialistas cobram medicação para tratamento contra câncer de pele no SUS

Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.

Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.
Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma. Créditos: Reprodução Zoom.

Profissionais da área da saúde cobraram nesta terça-feira (18), durante uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná, mais apoio para a destinação de medicações para o tratamento de casos graves de melanomas no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com as médicas participantes, mesmo com a decisão do Ministério da Saúde de incorporar dois imunoterápicos para tratamento do câncer de pele em estágio avançado não-cirúrgico e metastático, os medicamentos não chegaram aos locais de tratamento.

A reivindicação ocorreu durante o evento promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia, presidida pelo deputado Dr. Batista (DEM), que defendeu o apoio dos deputados para o tratamento da doença. “Queremos alertar e conscientizar a população sobre os perigos do melanoma. Esta é uma patologia que deve ser tratada em estágios iniciais. Nestes casos, sempre têm cura”, reafirmou.

A necessidade dos imuniterápicos no SUS foi cobrada pela direção do Instituto Melanoma Brasil, representado pela presidente, Rebecca Montanheiro, e a vice-presidente, Carla Fernandes, além da cirurgiã oncológica do Hospital Erasto Gaertner. “Apesar de já terem sido aprovados, estes medicamentos não estão disponíveis para os pacientes. Nossa luta é para que isso chegue para a população com a possibilidade de salvar vidas”, afirmou Carla Fernandes.

De acordo com informações do Instituto Melanoma Brasil, este tipo de câncer, em estágios iniciais, é tratado apenas com a remoção cirúrgica. No entanto, melanomas avançados ou metastáticos podem requerer terapias complementares. Atualmente, o SUS oferece quimioterapia e radioterapia, mas ainda não disponibiliza imunoterapia e terapia-alvo. Segundo as especialistas, estes são os mais modernos tratamentos para casos graves de melanoma. Caso o paciente necessite de um medicamento não coberto pelo SUS, precisa recorrer a ações judiciais. “Neste momento, não temos esta medicação disponível para oferecer aos pacientes do SUS”, alertou a cirurgiã oncológica Carla Simone.

Diagnóstico precoce – A presidente do Instituto Melanoma Brasil, Rebecca Montanheiro, chamou a atenção também para a necessidade do diagnóstico precoce para prevenir casos de câncer de pele. “Para melhorar o cenário, aproveitamos o mês de maio para chamar o a atenção para os perigos do melanoma”, disse. No Paraná, a lei 18.829/2016 instituiu o Dezembro Laranja, mês dedicado a ações de conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento precoce do câncer de pele. “Em momentos como este, temos a oportunidade de fazer um trabalho de conscientização”, complementou.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Ainda segundo números a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados pela Comissão da Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a cada ano são diagnosticados 132 mil novos casos de melanoma no mundo. No Brasil, estimativa do Inca aponta que, em 2020, foram registrados 8,5 mil novos casos, 3% do total de diagnósticos de câncer de pele no país. Esse é considerado o tipo mais grave e com maiores chances de provocar metástases, quadros em que a doença se dissemina para outros órgãos.

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