Especialistas cobram medicação para tratamento contra câncer de pele no SUS Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.

18/05/2021 11h35 | por Thiago Alonso
Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.

Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.Créditos: Reprodução Zoom.

Audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa discutiu os perigos do melanoma.

Profissionais da área da saúde cobraram nesta terça-feira (18), durante uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná, mais apoio para a destinação de medicações para o tratamento de casos graves de melanomas no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com as médicas participantes, mesmo com a decisão do Ministério da Saúde de incorporar dois imunoterápicos para tratamento do câncer de pele em estágio avançado não-cirúrgico e metastático, os medicamentos não chegaram aos locais de tratamento.

A reivindicação ocorreu durante o evento promovido pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia, presidida pelo deputado Dr. Batista (DEM), que defendeu o apoio dos deputados para o tratamento da doença. “Queremos alertar e conscientizar a população sobre os perigos do melanoma. Esta é uma patologia que deve ser tratada em estágios iniciais. Nestes casos, sempre têm cura”, reafirmou.

A necessidade dos imuniterápicos no SUS foi cobrada pela direção do Instituto Melanoma Brasil, representado pela presidente, Rebecca Montanheiro, e a vice-presidente, Carla Fernandes, além da cirurgiã oncológica do Hospital Erasto Gaertner. “Apesar de já terem sido aprovados, estes medicamentos não estão disponíveis para os pacientes. Nossa luta é para que isso chegue para a população com a possibilidade de salvar vidas”, afirmou Carla Fernandes.

De acordo com informações do Instituto Melanoma Brasil, este tipo de câncer, em estágios iniciais, é tratado apenas com a remoção cirúrgica. No entanto, melanomas avançados ou metastáticos podem requerer terapias complementares. Atualmente, o SUS oferece quimioterapia e radioterapia, mas ainda não disponibiliza imunoterapia e terapia-alvo. Segundo as especialistas, estes são os mais modernos tratamentos para casos graves de melanoma. Caso o paciente necessite de um medicamento não coberto pelo SUS, precisa recorrer a ações judiciais. “Neste momento, não temos esta medicação disponível para oferecer aos pacientes do SUS”, alertou a cirurgiã oncológica Carla Simone.

Diagnóstico precoce – A presidente do Instituto Melanoma Brasil, Rebecca Montanheiro, chamou a atenção também para a necessidade do diagnóstico precoce para prevenir casos de câncer de pele. “Para melhorar o cenário, aproveitamos o mês de maio para chamar o a atenção para os perigos do melanoma”, disse. No Paraná, a lei 18.829/2016 instituiu o Dezembro Laranja, mês dedicado a ações de conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento precoce do câncer de pele. “Em momentos como este, temos a oportunidade de fazer um trabalho de conscientização”, complementou.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país. Ainda segundo números a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados pela Comissão da Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a cada ano são diagnosticados 132 mil novos casos de melanoma no mundo. No Brasil, estimativa do Inca aponta que, em 2020, foram registrados 8,5 mil novos casos, 3% do total de diagnósticos de câncer de pele no país. Esse é considerado o tipo mais grave e com maiores chances de provocar metástases, quadros em que a doença se dissemina para outros órgãos.

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